Manhã de segunda-feira o despertador berrava ao som da música irritante que eu me arrependi de ter colocado. “Droga!” pensei em quanto colocava com pressa meu uniforme. Peguei uma maçã e corri para o meu trabalho. Chegando por lá entrei em minha sala e comecei a ajeitar meu avental.
– Anne enfim você chegou, atrasada como sempre! – berrava meu chefe.
– Me desculpe senhor Monroe eu... – mas, ele nem ao menos me deixou terminar e disse: - Me poupe de suas desculpas, e vá trabalhar!
Peguei meu talão de pedidos e fui anotar o pedido de um grupo de estudantes que chegavam.
– Posso ajudar? – perguntei.
– Espera ai, Anne Marie? – perguntaram pra mim.
Me virei para olhar. Era Frederico, ele tinha estudado comigo 4 anos atrás em quanto eu ainda estava no ensino médio.
– Ér... Oi.
Era tudo que eu queria, ver um antigo aluno do colégio particular onde eu estudava me ver de garçonete em quanto ele se sentava com seu grupo de amigos universitários.
– Quantos anos! – ele disse se fingindo animado.
Eu já me preparava para sua frase sarcástica, tão comum quando o assunto era ele que sempre me atordoava na escola.
– É bastante, qual será o seu pedido?
– A eu vou querer esse numero 14 e o numero 20, mas eai o que faz da vida?
– Trabalhando, daqui a pouco eu trago seu pedido.
Me virei segurando o choro e correndo para a cozinha da Blue Birds lanchonete onde trabalhava, entreguei o pedido e comecei a chorar.
– O que foi Anne? – me perguntou Munhoz nosso cozinheiro.
– Nada, eu estou bem – disse enxugando as lágrimas que teimavam em cair.
– Se você esta chorando não pode ser por nada, vem cá vamos conversar.
Munhoz era um homem alto e meio gorducho, a criatura mais doce de toda a Blue Birds.
– É só mais uma das minhas crises existenciais logo passa.
De repente ouvi o barulho da nossa campainha interna informando que meu pedido estava pronto.
– Eu tenho que ir meu pedido está pronto – disse para Munhoz em quanto saia da cozinha.
Peguei meu pedido e levei para a mesa 20, a mesa de Frederico. Estava entregando os pratos quando ele iniciou mais uma conversa.
– Tem visto alguém daquele tempo?
– Até hoje não tinha encontrado com mais ninguém.
– Fiquei feliz em te ver.
– Não sei por que eu não consigo acreditar nisso? – perguntei com sinceridade.
Ele sorriu, e depois soltou uma breve gargalhada.
– Qual é Anne? As pessoas crescem, não sou mais o imaturo Fred do primeiro ano do ensino médio.
– Pode ser que não. Vão querer mais alguma coisa?
– Acho que não.
– Está bem – me virei e fui anotar o pedido da mesa ao lado.
***
Todos os dias eu repensava meus atos errôneos do passado, lembrava de ter abandonado a faculdade e meus pais. Lembrava de ter acreditado no amor puro e verdadeiro de um veterano metido a médico que estava no seu último ano de medicina, em quanto eu estava no ultimo ano de Letras.
– Nós temos um futuro brilhante juntos Anne! – ele dizia um pouco bêbado em quanto entravamos no apartamento dele após nossa formatura.
– Eu não posso passar a noite com você Henri.
– Por que não? Achei que a gente namorasse. – disse em deboche.
– Sim, mas meus pais vão ficar preocupados.
– Quantos anos você tem afinal? 14? Achei que minha namorada tivesse 21.
– Já chega Henri, eu vou embora te ligo amanhã está bem?
– Como quiser. – disse nervoso batendo a porta em meu rosto.
Gostaram? Para acabar de ler basta acessar aqui. E não se esqueçam de deixar um comentário viu? EU VOU AMAR! Sempre que eu atualizar a série lá no Nyah! Eu posto aqui para vocês saberem.
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