CRÍTICA DO FILME: NERVE - UM JOGO SEM REGRAS (GANHE UM PAR DE INGRESSOS)
Escrito por
Allan Tolentino
Publicado em
LIVRE DE SPOILERS
É engraçado como um filme pode ser
tão contemporâneo. Numa época em que jogos interativos — como o Pokémon GO — estão em alta, ter um filme que questiona o entretenimento digital e as
interações que temos com ele, é muito pertinente. Ainda mais sendo tendo a direção
assinada pelos responsáveis por Catfish, o famoso programa que revela farsas de
identidade na web.
Vee é uma garota pré-universitária adorável, mas tímida e um pouco presa à mãe desde quando seu irmão mais velho morreu, dois anos antes. Quando um novo jogo é lançado para os moradores de Nova York, o Nerve, no qual ela pode escolher entre ser jogadora ou expectadora.
Vee é uma garota pré-universitária adorável, mas tímida e um pouco presa à mãe desde quando seu irmão mais velho morreu, dois anos antes. Quando um novo jogo é lançado para os moradores de Nova York, o Nerve, no qual ela pode escolher entre ser jogadora ou expectadora.
O game é como uma versão digital de Verdade ou Desafio e já no primeiro momento Vee se tem que ir a um restaurante e beijar um estranho por cinco segundos. Tal desconhecido é Ian, que acompanha a protagonista no desenvolvimento do enredo.
Vee acaba se sentindo
exposta e manipulada, já que as situações são todas escolhidas por outros jogadores
do Nerve, que oferecem dinheiro à garota, em troca da realização dos desafios.
Assim, além de questionamentos sobre exposição na internet e a relação
contemporânea com meios digitais, o longa discute as escolhas que tomamos e os
conflitos de identidade comuns na adolescência, com uma metáfora sobre
participar de algo ou só assistir às coisas acontecendo.
Os grandes acertos da produção são a
trilha sonora e a direção de arte. Que conta com canções de Halsey, Melanie
Martinez, BØRNS e MØ. O visual do filme também
é admirável, com bom uso de luzes neon e reflexos de lente (flares) na fotografia, além do conceito
de GIFs em alguns trechos. As referências, sendo elas visuais ou inseridas nos
diálogos, também são inteligentes.
Adaptado do livro de 2012 escrito
por Jeanne Ryan, é um filme que cumpre sua função de entretenimento. É fluido,
cativante e leve, cativando ao público. Tende a agradar principalmente aos fãs
de Jogos Vorazes, Scream e Mr. Robot. Certamente não um marco cinematográfico,
mas tem grandes pontos altos, inclusive se tratando da reflexão sobre a relação
contemporânea com a tecnologia e sobre as escolhas que fazemos para nós mesmos.
Nerve – Um Jogo Sem Regras,
distribuído pela Paris Filmes, chega aos cinema na próxima quinta-feira (25).
4/5
CRÍTICA PREMIADA
Iremos sortear entre os comentaristas desse post 10 pares de ingresso. O sorteio vai acontecer dia 05/09. Os ingressos são cortesia da Paris Filmes.