Crítica do filme "Manchester À Beira-Mar" (Manchester by the sea)
Escrito por
Viviane Oliveira
Publicado em
LIVRE DE SPOILERS
Se você acha que tudo na sua vida tem dado errado então você tem que assistir esse filme pra ver que poderia ser muito pior. Uma mistura de depressão e perda é exposta na tela do cinema com “Manchester À Beira-Mar”, do diretor Kenneth Lonergan. Loneran não é do tipo de drama onde sofremos com os personagens, mas, temos uma reviravolta e um belo final. O longa nos mostra o quanto a perda pode fragilizar alguém e fazer com que a pessoa chegue ao fundo do poço sem se importar com isso.
A história é sobre Lee Chandler (Casey Affleck), um zelador com uma vida monótona e sem motivação, que recebe a notícia sobre o falecimento do irmão, Joe Chandler (Kyle Chandler), e precisa cuidar de todo o protocolo do funeral além de cuidar do sobrinho, Patrick (Lucas Hedges). Entretanto, pra isso ele tem que voltar a cidade de Manchester, lugar de onde saiu após um episódio traumático e muito infeliz em sua vida.
Affleck e Hedges conseguem mostrar uma relação muito interessante entre tio e sobrinho digna até de alguns momentos cômicos. Por mais que os horrores da vida tenham atingido os personagens de ambos é nítido que a escolha de Lee como tutor tinha um fundo de razão, mas o protagonista mostra durante todo o filme que ele é a pessoa menos indicada para essa responsabilidade por conta de seus fantasmas internos.
O mesmo tem uma linha do tempo que alterna o tempo todo. Em um momento vemos Lee lidando com o drama atual mostrando uma faceta infeliz do personagem, em outro conhecemos mais sobre o que aconteceu com esse homem pra que ele perdesse a felicidade que tinha no passado.
Como o mercado normalmente apresenta os blockbusters de Hollywood “Manchester À Beira-Mar” é um peixe fora d’água e isso deu certo porque conseguiu a atenção da crítica e já é citado como um dos indicados ao Oscar. A dúvida é se o público — acostumado com os grandes filmes — saberá o recepcionar.
Estreia no dia 19 de janeiro de 2017.