Crítica do filme "Toni Erdmann"
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Unknown
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"Mantenha sempre o bom humor" uma das várias frases que aparecem em Toni Erdmann cercadas de situações muito mais complexas dando profundidade a assuntos considerados até então "banais". Lançado e aclamado no festival de Cannes do ano passado, e representante da Alemanha no Oscar deste ano na categoria de melhor filme estrangeiro, Toni Erdmann conta a história sobre a conturbada relação de pai e filha entre Ines e Winfried. Ela uma executiva obcecada pelo trabalho e ele um homem que vive a vida sempre fazendo piadas e assumindo personagens diferentes em seu dia-a-dia para fazer os outros rirem. Após uma briga entre os dois, Winfried decide criar um alter ego chamado Toni Erdmann, onde fica seguindo todos os passos da filha e dando o ar de comédia do filme.
LIVRE DE SPOILERS
À primeira vista, Toni Erdmann parece ser o filme mais simplório da vida, o que logo depois já se mostra uma pura mentira devido as duas horas e quarenta minutos de duração. De fato é um filme que possui uma narrativa não muito original, e a maneira como a diretora no início conduz o filme não é nada sutil, deixando bem claro que determinadas cenas tem o intuito de fazer você chorar, rir ou causar qualquer outra emoção.Apesar de todos esses truques da diretora para fazer o telespectador se envolver na trama, existem outros fatores que acabam dando consistência a história e fazendo deste um filme que valha a pena.
As atuações de Sandra Hüler (Ines) e Peter Simonischek (Toni) são um dos maiores trunfos do longa metragem. A evolução de Ines ao longo do filme é bem imperceptível, mas quando paramos para comparar a personagem dos minutos iniciais e a personagem dos minutos finais, vemos duas pessoas completamente diferentes e mudadas. A química entre Toni e Ines também é o que dá vida ao filme. E é muito louco como vemos um distanciamento enorme dos dois no início do filme, o que se caracteriza até mesmo como a ausência de uma relação, mesmo com os laços sanguíneos, mas com uma cena de aproximadamente 10 segundos na metade da trama, vemos tanto a esperança de um relacionamento que pode e deve melhorar.
E é isso que faz de Toni Erdmann um filme tão especial. Ao mesmo tempo que pretensioso, ele é leve, ingênuo e puro. Preciso fazer uma citação às cenas mais hilárias e maravilhosas do filme, e que podem servir como gatilho para você leitor se interessar pelo filme: Ines cantando Whitney Houston e sua festa de aniversário. Toni Erdmann é uma comédia que conquistou a crítica especializada e me conquistou também. Serve como um experimento para você lavar a alma ao se deparar com uma história tão cativante e bonita, ao mesmo tempo que vai te dar um outro sentido aos seu problemas da vida.
Estreia dia 9 de fevereiro.
5/5