
RESENHA DO LIVRO 'QUEM ERA ELA' DE JP DELANEY | INTRÍNSECA
Escrito por
Djenifer Dias
Publicado em

'Quem era ela' conta a história a de pessoas que queriam recomeçar suas vidas.Narrado em primeira pessoa o livro se divide em capítulos que contam a história de Emma e Jane. Os capítulos dedicados a Emma são os 'Antes' e os dedicados a Jane os 'Agora'.
Emma queria ter uma vida nova depois de ter passado por um momento traumático em sua vida, assim como Jane. Ambas estavam frágeis e vivendo um momento delicado de sua vida.
Jane morava com seu namorado Simon, porém após serem assaltados eles decidem se mudar. Na busca por uma casa nova eles descobrem a "Folgate Street Nº1", mas a pessoa que lhes apresenta a tal casa logo revela que ela é mais peculiar do que eles imaginam.
Além de Folgate ser um imóvel extremamente minimalista, livre quadros, cortinas, os puxadores de todos os armários e afins serem 'invisíveis' — usam aquele sistema que só de apertar os móveis se abrem sabe? — seguir uma paleta de cores frias, não possuir paredes dividindo os cômodos e poder ser controlada através de um aplicativo chamado 'governanta' que auxilia os moradores a ter a temperatura adequada na hora do banho, qual luz utilizar na casa e muitas outras funções, para conseguirem morarem ela ainda tinha um processo bem difícil para ser locada.
Os interessados em morar na Folgate deveriam preencher um formulário concordando com várias regras estranhas e até mesmo absurdas: Desde não poder nunca deixar nada bagunçado, não usar varais, não ter animais de estimação até sempre ter que passar por testes e averiguações para que o dono do imóvel o pragmático Edward Monkford veja se você realmente é uma pessoa apta a habitar a Folgate — vale lembrar que a lista de proibições é bem extensa.
Depois de concordar com o tal contrato cheio de regras e proibições os interessados precisam preencher um formulário que vai ajudar Edward a traçar a personalidade de quem deseja morar em Folgate e ver se essa pessoa realmente 'merece' morar lá.

O formulário conta com perguntas que testam o caráter e o estilo de vida dos moradores, com perguntas do tipo:
“Você se sacrificaria para salvar dez desconhecidos inocentes?”, “E quanto a dez mil desconhecidos?”
Caso Edward julgue que você e suas respostas são adequadas o processo ainda não termina por aí, ele marca uma reunião em seu escritório onde os interessados passam por uma espécie de entrevista. E só depois entram de fato na Folgate.
Só a trama da Folgate que apesar de ser uma casa, quase vira um personagem por ter tanta personalidade, regras, e 'vontades' já daria uma excelente história. Porém 'Quem era ela' ainda conta um thriller psicológico nada óbvio que te dá 'rasteiras' o livro inteiro. Toda vez que você tenta ser mais rápido e adivinhar o que vai acontecer JP mostra que você não sabe nada inocente!
Emma foi moradora da casa antes de Jane, e vemos vários paralelos entre o tempo em que as duas moraram por lá. Desde os problemas similares na adaptação na casa, até um romance tórrido com Edward.
Edward é dono de uma excentricidade extrema que te faz querer saber mais sobre ele logo nas primeiras páginas quando seu nome começa a ser mencionado.
A história central acaba sendo a de Jane por ela ser a moradora 'atual' da casa no tempo que a trama se discorre. Temos flashes de quando a Emma morava por lá somente para fundamentar os questionamentos que Jane começa a ter após descobrir certos mistérios que a Folgate esconde.
O livro é rico em detalhes, e muito bem escrito. Você consegue entender e conhecer profundamente cada um dos personagens apresentados, e adorei a forma como a personalidade de cada um foi escrita.
O que mais me encantou é o fato da trama não ser nenhum pouco óbvia e te fazer querer devorar as páginas em minutos somente para descobrir o final.
Sou sincera em dizer que quando o livro chegou para mim — a Intrínseca me enviou absolutamente do nada — eu não espera que iria gostar. A capa, o nome, a sinopse e as frases de efeito do livro não me chamaram a atenção. Porém foi só começar a ler as primeiras páginas que me vi apaixonada e estarrecida pela escrita de JP e louca para ler mais alguma coisa dele.
Recomendada a leitura para quem gosta de thrillers inteligentes e intensos.
5/5