
Crítica do filme "Mulher-Maravilha"
Escrito por
Viviane Oliveira
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Lynda Carter representou a figura da Mulher Maravilha na década de 70 em uma série para a televisão, agora chegou a hora da atriz israelense Gal Gadot honrar esse papel ao lado da diretora Patty Jenkins.
LIVRE DE SPOILERS
A história inicia-se em Temyscira, onde conhecemos Diana (Gal Gadot), filha de Hipólita (Connie Nielsen) - Rainha das Amazonas. Ela sempre quis aprender mais sobre combate para se tornar uma forte guerreira, mas a mãe era contra. Foi então que Antíope (Robin Wright), tia da jovem, interveio e começou a treiná-la para ser a melhor das amazonas. Tudo corria muito bem até a chegada do espião americano, Steve Trevor (Chris Pine), e da Primeira Guerra Mundial a ilha. Assim Diana percebeu que tinha a responsabilidade de lutar pela paz e justiça, principalmente se por trás das maldades estivesse um de seus maiores inimigos: Ares, o Deus da Guerra.
As pessoas ficaram muito receosas quanto a escolha da atriz para interpretar a amazona, mas Gal Gadot provou que muito mais que corpo de Mulher Maravilha ela tem alma e coração. Teve uma atuação totalmente cativante, sincera e que fluiu perfeitamente.
Algo de grande importância para a história é a origem da heroína. Nos quadrinhos primeiramente era dito que Hipólita esculpiu uma estátua de uma menina e pediu aos deuses que lhe dessem vida, porém uma nova versão foi apresentada e o filme lidou com isso muito bem e de forma estruturada.
A Diana que veremos em "Liga da Justiça", que será lançado no final de 2017, e no filme solo são completamente diferentes. Ela começa com uma inocência e ingenuidade que a leva a acreditar que tudo pode ser separado entre certo e errado. Entretanto, personagens como Charlie (Ewen Bremner), o muçulmano Sameer (Saïd Taghmaoui) e o nativo americano Chefe mostram que a humanidade é muito mais complexa, ninguem é composto só pot trevas ou luz.
Apesar de sabermos que o vilão principal é Ares, aliás muito bem construído tanto em personalidade quanto em caracterização, temos os tradicionais vilões nazistas: General Ludendorff (Danny Huston) e Dr. Maru (Eleja Anaya).

A princípio muitos podem achar que são vilões fracos e sem graça, mas isso é porque claramente eles remetem aos vilões da época em que Batman usava um colan de lycra e os homens maus davam risadas maléficas depois da execução de um plano. Então, não se engane, Jenkins sabe o que estava fazendo.
Falemos sobre o casal do filme: Diana Prince e Steve Trevor. Se tem algo que deve ser aplaudido é como a relação dos dois foi abordada. Foi tudo muito natural, nada apelativo. Ao mesmo tempo que os dois construíram um sentimento em nenhum momento abandonaram suas respectivas missões. Foi uma decisão muito sábia da diretora e, claro, que o entrosamento entre Gadot e Pine teve grande peso nisso.
A trilha sonora, como já dava a entender nos trailers, está impecável. Com uso de muitos "takes" em "slow motion" era possível apreciar os movimentos nas lutas, principalmente, das amazonas. O CGI ficou bem intenso quando era referente a protagonista, mas o uso é justificado porque tem relação com a magnitude de seu poder.
Depois de filmes ta o crítica dos como "Batman vs. Superman" e "Esquadrão Suicida" a Warner e a DC recebem um sopro de esperança. Mulher Maravilha salvou muito mais que o mundo em sua própria história, ela salvou o mundo cinematográfico de seu estúdio.
Por ser a primeira heroína de grande expressão a ter um filme solo, pelas questões feministas, pelo fato de ter uma história interligada a realidade, pelo humor inteligente e conveniente, pela representatividade é que podemos dizer que esse é o melhor longa de super heróis ja feito.
O longa estreia dia 1 de Junho de 2017.
5/5