foto: Agência Febre
A convite da Fox, o Acidamente
Sensível compareceu à coletiva do filme ‘
Planeta dos Macacos: A Guerra’ com a
presença do ator Andy Serkis, que interpreta Caesar nos três filmes da
franquia.
Bem humorado, o ator respondeu
com muita calma e atenção à todas as perguntas feitas pela imprensa durante o
evento.
Na produção dirigida por Matt
Reeves, Caesar e seu grupo são forçados a entrar em uma guerra contra um
exército de soldados liderados por um impiedoso coronel. Depois que vários
macacos perdem suas vidas no conflito, César luta contra seus instintos e parte
em busca de vingança. Dessa jornada, o futuro do planeta poderá estar em jogo.
“O filme trata da importância da
empatia” comentou Serkis. O ator fez questão de comentar que o filme não é maniqueísta,
e tenta não retratar as personagens simplesmente como boas ou más, citando o
exemplo de Caesar, sempre muito moralista sobre o certo e errado, mas que, em
dado momento, acabada matando um antigo amigo e agora traidor, o macaco Koba, o
que vai contra tudo o que ele acredita, já que seu personagem sempre frisou a
importância da união entre a espécie.
Não há bonzinhos ou malvados.
Todos têm seus motivos e você consegue entendê-los. Tanto que, no momento
final, em que Caesar olha nos olhos de seu inimigo, ele consegue achar
novamente sua empatia.
Quando perguntado sobre o foco
mais na filosofia, em vez da prometida guerra, Serkis disse que isso acabou o
ajudando em sua atuação, pois todos os grandes filmes de guerra possuem uma
resposta muito pessoal, emocional, de um determinado personagem sobre aquilo
que ele está vivenciando. Filmes do gênero são liderados por um ponto de vista,
e isso não é diferente com ‘Planeta dos Macacos: A Guerra’, onde o ator
comparou a liderança de Caesar como um ato bíblico, como Moises liderando o seu
povo. No ultimo filme da franquia, ele teve que trazer o personagem ao seu
íntimo para entender a complexidade do mesmo, e poder transmitir isso as
audiências, em decorrência da posição em que Caesar se encontrava. O fazendo
trazer o mesmo para seu íntimo, para suas próprias emoções.
foto: Agência Febre
Serkis também comentou sobre suas
influências na criação de seu personagem,
citando a evolução de Caesar ao longo
da franquia, de concebê-lo como uma criança muito inteligente e de destaque, de
movimentos joviais no primeiro filme, até se estabelecer como um líder, de
movimentos mais densos, como o peso de uma liderança, buscando inspiração até
mesmo em Nelson Mandela, para o ultimo filme. O ator acredita que o mais
importante nesse processo é buscar ser fiel àquele personagem e encontra-lo
emocionalmente para então transmitir isso fisicamente, já que nossas emoções
estão ligadas á nossos movimentos, posturas, ao corpo num todo.
O tema mais questionado durante a
coletiva foi inevitavelmente a captura de movimento, dado que o ator tornou-se
uma referência no assunto depois de ter interpretado o famoso Gollum, da
franquia ‘Senhor dos Anéis’. Serkis comentou sobre a preocupação dos novos
atores quando adentram esse novo método. Embora a tecnologia esteja lá, o ator
frisou a importância da construção de personagem, que a essência da história
ainda se sobrepõe a qualquer aspecto físico. Na importância de encontrar a
personagem dentro de si e então transmitir isso ao externo, fisicamente. Onde a
captura é apenas uma tecnologia, não um gênero.
As mudanças na captura de
movimento ao longo dos anos também foi um assunto abordado, onde o ator
comentou o quanto agora as filmagens se assemelham à live actions, em que a
cena é rodada muitas vezes no próprio set com os outros atores, criando uma
química durante a atuação no instante que é realizada. Mas que ainda o processo
é bem complicado, ainda mais no caso deste filme, que teve cenas realizadas em
um árduo inverno e outras, por exemplo, onde ele se encontrava crucificado. Entretanto,
esses momentos intensos o ajudam na construção e entendimento do personagem.
Foi comentado também a frustração
que se dá no reconhecimento do trabalho que envolve a captação de movimento, e
em como ainda há um grande preconceito na indústria, nas grandes premiações, onde
muitos se recusam a entender o processo.
Se eu tivesse com maquiagem e uma
grande roupa de macaco eles diriam: 'Uau. Isso é interpretação’.
‘Planeta dos Macacos: A Guerra’
chega aos cinemas brasileiros no dia 3 de agosto.
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