CRÍTICA 'KINGSMAN: O CÍRCULO DOURADO'
Escrito por
Lais Alves
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Em consequência de um súbito e grandioso ataque aos membros de Kingsman, Eggsy (Taron Egerton) e Merlin (Mark Strong) partem em busca de ajuda para os Estados Unidos à procura da Statesman, uma organização secreta de espionagem. Juntos, eles precisam unir forças contra a grande responsável pelo ataque: Poppy (Julianne Moore), a maior traficante de drogas da atualidade, que elabora um plano para sair do anonimato.
Após o grande sucesso do inovador ‘Kingsman: O Serviço Secreto’ a expectativa para sua sequência era mais do que certa.
LIVRE DE SPOILERS
Dado as consequências do filme anterior, Eggsy tem de lidar com a ausência de seu mentor e os desafios que encontra. Taron Egerton consegue reprisar, agora talvez com mais confiança, o protagonista, onde o carisma e essência do personagem não se deixam ausentes – assim como sua origem também não é esquecida. Os coadjuvantes também marcam presença, seja na aparição de personagens já conhecidos como também nos que são apresentados na sequência. Mesmo que em alguns momentos se demonstrem deslocados da trama, eles servem em ótimos momentos de alívio cômico, ajudando também na profundidade dos problemas enfrentados por Eggsy e a Statesman, tanto em grande escala como a um nível pessoal. Desta vez somos apresentados à vilã Poppy, tão megalomaníaca quanto o anterior, interpretada por Julianne Moore numa doçura ácida – na excentricidade que já marcou a franquia.
Novamente encontramos cenas de ação muito bem elaboradas, inclusive algumas que nos remetem ao primeiro filme – onde não há obrigatoriedade de rever, mas vale à pena já que em vários momentos há referências ao mesmo. Entretanto, essas brincadeiras ao longo da trama podem causar um efeito negativo, dando a alusão de previsibilidade, algo que não necessariamente aconteça, mas acaba por criar uma “formula” de um filme que teve sucesso justamente por fugir daquilo que já vimos e conhecemos.
Em duas horas e vinte de filme, o ritmo decai quando se torna explicativo em meio as inúmeras quantidades de sub-tramas que, por muitas vezes são criadas e posteriormente abandonadas, onde infelizmente não há como negar que o filme se perca. Embalado novamente por uma boa trilha sonora, esses momentos talvez possam passar despercebidos ao grande público por suas notáveis cenas de comédia – que proporcionam boas risadas – até mesmo momentos sensíveis, e novamente, grandes cenas de ação.
Embora com esses pontos negativos evidenciados, o filme ainda é dinâmico e ambicioso – por mais que isso seja um divisor de águas quanto à sua qualidade. A essência e a personalidade do que faz ‘Kingsman’ ser o que é ainda está presente – e talvez até mais do que na primeira vez. Com um elenco competente, ‘Circulo Dourado’ trás novamente o aspecto divertido e provocador da franquia, onde a sua inconvencionalidade é algo a se saborear e aproveitar no gênero. Matthew Vaughn consegue proporcionar um bom e divertido filme, onde cumpre aquilo que promete, mas nada além disso.
Nota: 3,5/5