Crítica | Deadpool 2 entrega uma ótima mistura do que o personagem tem a oferecer
Escrito por
Lais Alves
Publicado em
Quando o super soldado Cable
(Josh Brolin) chega em uma missão assassina, Deadpool (Ryan Reynolds) precisa
aprender o que é ser herói de verdade, recrutando pessoas poderosas, ou não,
para ajudá-lo.
O mercenário está de volta em um
filme maior, ambicioso e ainda mais divertido. Abusando novamente dos atributos
do filme anterior, a irreverencia é potencializada numa trama que aproveita ao
máximo os elementos em tela e seus recursos metalinguísticos, referências à
cultura pop e, claro, as famigeradas piadas de Wade Wilson, onde o personagem é
explorado em todas as suas vertentes.
A premissa propõe um ponto de
vista mais maduro do protagonista e, por mais que acabe justificando essas
escolhas por conquistar seu objetivo mesmo que superficialmente, esses pequenos
momentos criam um contraste com os diversos segmentos em que a trama se divide,
enfraquecendo seu roteiro, resultando em um ritmo problemático. Embora essas
adversidades se façam presentes, os elementos em questão nestas cenas não se
tornam apenas prejudiciais como também em mais um fator cômico a seu favor, que
só é possível por se tratar de um personagem tão dinâmico em uma franquia que não
tem a intenção de ser levado a sério.
O elenco se tornou um ponto
primordial desta vez. Apresentando personagens novos em seu elenco principal,
como Cable e a incrível Domino (Zazie Beetz), o filme também dá abertura para
personagens secundários que – mesmo que brevemente – são muito bem aproveitados
e funcionais, e que também permitem uma liberdade e expansão no universo
mutante em que Deadpool está inserido. Ryan Reynolds é novamente o Deadpool que
todos os fãs sonhavam em ter.
A troca de Tim Miller por David
Leitch foi um fator positivo, especialmente no aspecto visual. Leitch soube
usar a violência inerente de Deadpool de forma mais sútil e criativa. Sem
abandonar o aspecto gráfico e grosseiro, o diretor não restringiu a brutalidade
do personagem como um mero fator de violência gratuita – permitindo uma
referência maior aos quadrinhos nas cenas de ação, onde finalmente vemos o
personagem agir como um mercenário, de fato. Suas cenas foram ainda
potencializadas pela trilha sonora divertida, composta por artistas como Celine
Dion e A-Ha.
O uso de efeitos especiais só não
é mais abusado como as piadas de Deadpool. Em dados momentos seu uso é
certeiro, como no braço de Cable, mas em outros acaba se tornando superficial
demais. Fluindo do verossímil pra um aspecto mais cartunesco rapidamente.
Nota: 3,5
Distribuição: Fox
Estreia: 17/05