CRÍTICA | "A Primeira Noite de Crime" traz um longa repleto de críticas sociais e política
Escrito por
Isadora Bispo
Publicado em
Após os outros três filmes da franquia, A Primeira Noite de Crime é o único a não ser dirigido por James Demonaco. Dessa vez o papel fica nas mãos de Gerard McMurray, que no ano passado foi o responsável por Código de Silêncio, série lançada na Netflix. Enquanto os outros filmes mostravam a classe alta durante a noite sem lei, McMurray leva sua voz a população negra da cidade.
Com o país em crise, a pobreza e a violência tomam grandes proporções nos Estados Unidos. Por esse motivo, um experimento social é criado pelos Novos Pais Fundadores, um novo partido do país, como forma de conter a violência do povo. A ideia é liberar 12 horas para que qualquer tipo de crime seja permitido. O local escolhido é State Island, uma ilha que abriga em sua maioria a população pobre e serve apenas como palco inicial do Novo Partido para alcançar outros estados. Para garantir o envolvimento dos moradores, o governo oferece como incentivo uma quantia de 5 mil dólares para quem aceitar passar a noite na cidade, e prêmios ainda maiores ao participante do expurgo, como é chamada a noite de crime.
A crítica social é forte em todo o filme, mostrando um dos personagens principais como um poderoso traficante de drogas, Dmitri, interpretado por Y'lan Noel. A história apresenta também Nya (Lex Scott Davis) que precisa procurar o irmão Isaiah (Joivan Wade), que acaba em problemas após resolver participar do expurgo também. Nya é uma personagem extremamente forte, ainda que na maioria das vezes tome decisões precipitadas e pouco cabíveis na história. Seu ativismo e luta social entram em colapso com o universo de Dmitri, que no passado já teve seu caminho cruzado com a garota.
O vilão inicial, eskeleto , é realmente louco e assustador, porém é esquecido na história e só volta no fim para cumprir uma tarefa específica, sua motivação é um pouco questionada, assim como de Isaiah, o irmão da Nya, que decide se vingar do eskeleto, mas desiste em pouquíssimo tempo.
A história mostra muito o poder do tráfico nas ruas, discute questões morais e as intervenções do poder do governo na sociedade. E além de apresentar questões sociais como racismo e xenofobia, criticando claramente o governo Trump, o filme ainda faz referência a Ku Klux Klan, apesar de não explorar esse lado.
As cenas de ação são boas e nos fazem torcer pelo personagens, além de transmitir o suspense e tensão como nos filmes anteriores, através de cenas violentas em festas, em um campo de futebol e principalmente em uma igreja, fazendo alusão ao massacre de Charleston, nos Estados Unidos. Apesar disso, a história se perde um pouco no que deseja ser e acaba com a impressão de que tem algo faltando. A Primeira Noite de Crime é interessante para quem deseja saber como foi a primeira noite sem lei da história, apesar de não ser tão bem completo quanto os outros.
As cenas de ação são boas e nos fazem torcer pelo personagens, além de transmitir o suspense e tensão como nos filmes anteriores, através de cenas violentas em festas, em um campo de futebol e principalmente em uma igreja, fazendo alusão ao massacre de Charleston, nos Estados Unidos. Apesar disso, a história se perde um pouco no que deseja ser e acaba com a impressão de que tem algo faltando. A Primeira Noite de Crime é interessante para quem deseja saber como foi a primeira noite sem lei da história, apesar de não ser tão bem completo quanto os outros.
Nota: 3/5
Estreia: 27/09