"Robin Hood: A Origem" com Taron Egerton volta às cruzadas em novo filme
Escrito por
Joy
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Repetindo um conto já saturado em Hollywood, o diretor estreante Otto Bathurst apostou em uma releitura do clássico contando a origem do ladrão. O ator Taron Egerton dá vida ao jovem Robin Hood, um lorde enviado para as cruzadas, guerras santas em nome de Deus, e que se vê como parte de uma trama que envole corrupção política e religiosa. O povo de Nottingham está cansado das explorações que são submetidos pelo cruel Xerife, logo Lorde Robin decide se tornar Robin Hood e conquistar justiça pelas próprias mãos.
O longa retrata as problemáticas de uma época marcada pelas atrocidades comandadas pela Igreja, que possuía o mesmo poder do Estado, com planos entre o Clero e o Xerife com a finalidade de tomar o poder da realeza, declarações de estupro e abuso por parte da igreja, imoralidades e hipocrisia, além da corrupção eminente entre os políticos e os membros superiores do clérigo.
Taron Egerton surpreende pelo carisma, porém o roteiro não permite profundidade e nem dá oportunidade para nos cativarmos com o personagem, além de sua principal motivação seja reconquistar sua amada Marian, vivida por Eve Hewson, e se torna um fantoche da vingança do mouro Little John, vivido pelo consagrado Jamie Foxx. O ator Jamie Dornan aparece como Will, o novo romance de Marian, um aspirante a político, que deseja a todo custo representar o povo, para benefício próprio, mas que acaba se tornando um vilão secundário ao perder sua "amada" para o ladrão-herói.
O vilão principal, como em todas as versões de Robin Hood, ainda é o Xerife de Nottingham, um vilão sádico e lunático, que faz atrocidades apenas por prazer e como vingança de sua terrível infância com abusos, além de declamar frases sórdidas dignas de um psicopata.
O figurino é totalmente diferenciado, talvez propositalmente para aproximar o diálogo dos mais jovens, ou talvez seja um erro temporal, mas os trajes surpreendem pela modernidade já que a história se passa na idade média. Assim como as vestimentas da festa de gala, que aposta em visuais estampados, macacões, casacos de pele e formatos inusitados, o capuz utilizado pelo protagonista também possui um tom de modernidade que beira ao fast-fashion.
Sem dúvidas o ponto alto do longa é a retratação do discurso dominante proferido pelo Xerife, representando a política, com apoio do clérigo corrompido e deficitário em todos os aspectos. Infelizmente discursos de ódio e opressão apoiados na religião se tornaram cada vez mais presentes na nossa realidade, vemos essa "tendência" ser disseminada dentre os anos desde que o mundo é mundo, e hoje essa dialética ressurge nos governos atuais por todo o mundo.
O filme peca em muitos aspectos, mas vale pela narrativa e principalmente pela analise em relação ao discurso emitido. Vale uma chance.
Nota: 3/5
Estreia: 28/11
Distribuição: Paris Filmes
Estreia: 28/11
Distribuição: Paris Filmes