Filme "X-men: Fênix Negra" não é o que você gostaria que fosse
Escrito por
Lais Alves
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Os X-Men são considerados heróis nacionais e o professor Charles Xavier agora dispõe de contato direto com o presidente dos Estados Unidos. Quando uma missão espacial enfrenta problemas, o governo convoca a equipe mutante para ajudá-lo. Liderado por Mística, os X-Men partem rumo ao espaço. Ao tentar resgatar o comandante da missão, Jean Grey fica presa no ônibus espacial e é atingida por uma poderosa força cósmica, que acaba absorvida em seu corpo. Após ser resgatada e retornar à Terra, aos poucos ela percebe que há algo bem estranho dentro de si, o que desperta lembranças de um passado sombrio e, também, o interesse de seres extra-terrestres.
Como filme que detém o título de encerramento da franquia, ‘Fênix Negra’ passa longe de um filme que pode ser considerado um bom desfecho.
Com uma proposta interessante de um arco bem conceituado para os fãs de HQ, o roteiro não segue a premissa em termos de clímax, apresentando uma releitura bem menos audaciosa e marcante que seu antecessor de 2006, obras de mesma origem mas que se tornaram tão distantes que essa é a única comparação possível à ser feita entre os dois filmes.
Infelizmente, desta vez não temos sequer embates grandiosos — no qual o longa recorre usualmente à detalhes emocionais e nostálgicos como argumento, mas que não acabam apresentando qualquer profundidade num todo.
Raso talvez seja a melhor palavra pra definir ‘Fênix Negra’ de maneira mais objetiva. Mesmo que ainda seja um filme sobre um universo tão rico, com personagens clássicos e diversos, eles ainda não são aproveitados em todo o seu potencial. Temos grandes nomes no elenco, como Jessica Chastain e os já conhecidos James McAvoy (Professor Xavier) e Michael Fassbender (Magneto) que entregam performances que se adequam ao filme, mas sem contraste, mesmo conseguindo uma nova perspectiva dos mesmos. Um claro resultado da escolha em manter o foco em Jean Grey, interpretada por Sophie Turner.
Essa escolha é de certa forma agradável, sendo interessante não ter a presença de Wolverine, por razões óbvias, criando o triângulo amoroso. Temos toda a atenção na mutante da forma que sua história deve e tem de ser contada, no qual Sophie desempenha com qualidade, novamente, dentro da proposta. Estranhamente não há espaço para contraste, não há espaço para grandes embates, mesmo em um roteiro enxuto.
Entretanto, o filme entretém — especialmente pro grande público. Não será memorável como os da primeira geração, mas ainda é cativante por seu vasto universo. As dinâmicas ainda são agradáveis, e as esperadas lutas estão lá. Talvez não numa escala como esperada, mas ainda são desempenhadas de maneira intrigante. Enquanto a sua simplicidade possa não agradar alguns, certamente pode agradar outros. Os elementos básicos se fazem presentes, mas pecam quando não crescem em seu todo potencial, se perdendo em meio à mesmice.
‘X-Men: Fênix Negra’ é, literalmente, uma continuidade do filme anterior, ‘X-Men: Apocalipse’, tanto em questões de sequência quanto à qualidade — oferece um divertimento por algumas horas, mas que ficam pra trás logo na sequência de créditos.
O filme chega aos cinemas brasileiros ainda nesta semana, dia 6 de Junho.
Nota: 2,5/5