Crítica | Já assistimos "Duna" filme com Timothée Chalamet e Zendaya. Confira!
Escrito por
Estela Marconi
Publicado em
Duna conta o começo da história de Paul Atreides, um menino extremamente inteligente e talentoso, mas que carrega nas costas um destino além de sua compreensão. Depois de uma revelação, Paul viaja para o planeta mais perigoso do universo em busca de garantir o futuro do seu povo e de sua família. A ficção cientifica apresenta um universo místico e grandioso e cheio de mistérios. Como esperado, um dos grandes acertos do longa é a ambientação impecável e penetrante que o consagrado diretor criou. Uma paleta de cores quentes e a retratação perfeita de um planeta desértico e com constantes tempestades de areia, nos deixam completamente imersos nas cenas e propõem uma sensação física de gastura e calor a quem assiste.
Além do cenário perfeito, temos um espetáculo à parte com a trilha e os efeitos sonoros. Velleneuve acertou em cheio ao fazer uma narrativa sonora que conversa diretamente com a trama. Além de sons ambientes muito bem captados (parece até ASMR, juro!), a trilha conta com sussurros, conversas embaralhadas e sons crescentes que acertam em cheio nas emoções de quem assiste. A sonoridade dita ao espectador suas emoções, dando um tom angustiante perfeito para a obra. Se você quer ter uma experiência completa e aproveitar ao máximo o filme, sugiro assistir em salas de cinema imax! A distribuição pensada dos sons vira uma obra de arte sonora de arrepiar!
Falando em roteiro, o filme foi fiel ao clássico literário e fez o que se propôs a fazer: é uma excelente introdução ao universo apresentado. Quem nunca leu os livros ou assiste desatento, pode acabar a sessão sem entender direito o que acabou de assistir. Duna não nos dá de bandeja uma narrativa copiada e colada e nem fácil de entender. O universo do filme é complexo, e já percebemos isso logo no começo do longa ao sermos recebidos com muitos nomes, comunidades, planetas e um sistema político complexo. O roteiro pede uma atenção redobrada e paciência, pois no início parece impossível de acompanhar tudo o que está acontecendo.
Mas ao longo do tempo é possível perceber que o roteiro vai soltando informações durante o passar da história. É como se ele te dissesse “Ei, eu estou ciente que você ainda não está entendendo, mas aguenta mais um pouco que prometo que vai fazer sentido!”.
Na minha opinião, isso pode ocasionar duas reações diferentes – as pessoas que não vão conseguir ficar envolvidas até o final e irão abandonar a obra no meio; e o 2º tipo: aqueles que vão confiar na produção e continuar tentando. E de verdade? Quem ficar até o final não vai se arrepender nem por um segundo!
Na minha opinião, isso pode ocasionar duas reações diferentes – as pessoas que não vão conseguir ficar envolvidas até o final e irão abandonar a obra no meio; e o 2º tipo: aqueles que vão confiar na produção e continuar tentando. E de verdade? Quem ficar até o final não vai se arrepender nem por um segundo!
O começo do filme realmente demanda uma certa paciência, mas no meio do 2º ato nos é apresentado uma ação super envolvente e um ritmo mais acelerado, e o 3º ato... Minha gente, o 3º ato se propõe a ser impecável e entrega TUDO! Agora sim, a narrativa toma um ritmo ótimo que envolve o público e apresenta uma história que nos deixa com um gostinho de “quero mais”. Começamos a entender um pouquinho mais sobre algumas histórias que nos foram brevemente (e no ponto de vista de apenas um lado) apresentadas no início do filme.
Falando agora um pouquinho sobre as atuações da produção. Timothée Chalamet (Paul Atreides), incrível como sempre! Ele entrega uma performance segura e sem erros. Timmy sabe como cativar o público e entende o tom do personagem. Zendaya – a queridinha de todos – consegue trazer um mistério ímpar e instiga a curiosidade do telespectador com seus poucos minutos de tela.
Porém, gostaria de dar um destaque especial para dois personagens que me animaram um pouco mais! Ferguson (Jessica Atreides), entrega uma atuação completa e cheia de camadas. Interpretando a mãe do protagonista, ela conseguiu criar uma narrativa própria, e nada expositiva. Com pequenas nuances de olhares e movimentos corporais, ela carrega uma história de amor, culpa, e mostra que a personagem se sente sobrecarregada e responsável por alguns acontecimentos. Nota especial para sua última expressão ao final do filme, que me deixou atenta e curiosa!
Outro personagem que eu pessoalmente amei, foi o de Jason Momoa (Duncan Idaho)! O tom do filme no começo é de angústia e suspense, e assim que Duncan aparece, senti uma familiaridade com o personagem, como se ele estivesse ali para dar um alivio de lar, conforto e amizade! Suas aparições me fizeram lembrar que, por mais que o universo do filme seja futurístico e apocalíptico, os personagens ainda são humanos e se relacionam entre si. Vou até dizer que, enquanto assistia, estava sentindo mais empatia pelo Momoa do que pelo próprio protagonista!
No geral, Duna é um excelente filme introdutório – vide "Sociedade do Anel" – e abriu uma grande oportunidade de continuar grandioso nas próximas produções.
Nota: 4.5/5
Distribuição: Warner Bros.
Estreia: 21/10/2021
Estreia: 21/10/2021