Já assistimos "Entre Mulheres", novo filme da diretora Sarah Polley sobre vivência feminina
Escrito por
Estela Marconi
Publicado em
Baseado no livro homônimo de Mirian Toews, “Entre Mulheres” conta a história de mulheres em um vilarejo extremamente religioso e conservador. Após uma série de abusos e estupros noturnos com a maioria dessa população, inclusive crianças, um grupo decide se reunir e votar entre não fazer nada em relação às violências cometidas, ficar e lutar ou ir embora da pequena comunidade.
Mostrando uma realidade que assusta e escancara o patriarcado e a misoginia sofrida por não apenas aquelas meninas, mas a maioria das mulheres em todo o mundo, o filme acerta ao criticar fielmente toda a violência de séculos sofrida desde o primórdio da sociedade. O roteiro envolve o telespectador e faz questão de não focar apenas nos acontecimentos da narrativa, mas assume a responsabilidade de embrulhar nosso estômago com metáforas e críticas que passam longe do raso e clichê. O longa perambula por histórias de diversas pessoas que sofrem e já sofreram com atos misóginos, e surpreende ao retratar a vivência de um homem trans, uma comunidade que muitas vezes é esquecida e marginalizada por algumas vertentes do feminismo (cof cof J.K Rowling).
Não deixando de lado as divergências de pensamentos e ideais de cada uma das mulheres, a história não se contenta com uma único lado e dá voz às mais variadas opiniões e crença que, por vezes, podem fazer o telespectador discordar de um ponto ou outro, mas que são essenciais e completam o filme com a pluralidade e individualidade de cada uma. Mulheres têm pensamentos diferentes e devem parar de serem retratadas em roteiros rasos que não se preocupam em contar a verdade e se contentam com estereótipos pré-definidos e, majoritariamente, escritos por homens.
A luta pela emancipação feminina e a revolta do filme é uma aula sobre a história que constantemente é apagada e silenciada por toda a sociedade. A produção concorre em duas categorias no Oscar de 2023, sendo elas: Melhor Roteiro Adaptado e a principal estatueta da noite, Melhor Filme. É um dos favoritos e, ouso dizer, dificilmente sai de mãos vazias da premiação. O roteiro já foi premiado pelo Critics Choice Awards desse ano e promete virar um clássico da luta feminina no mundo.
A luta pela emancipação feminina e a revolta do filme é uma aula sobre a história que constantemente é apagada e silenciada por toda a sociedade. A produção concorre em duas categorias no Oscar de 2023, sendo elas: Melhor Roteiro Adaptado e a principal estatueta da noite, Melhor Filme. É um dos favoritos e, ouso dizer, dificilmente sai de mãos vazias da premiação. O roteiro já foi premiado pelo Critics Choice Awards desse ano e promete virar um clássico da luta feminina no mundo.
Estreia: 2 de março
Nota: 5/5