"Missão Impossível: Acerto de Contas" é a perfeita combinação entre filme de espionagem e ação
O que faz com que uma franquia cinematográfica continue atual com quase 30 anos? No caso de Missão Impossível a resposta talvez seja simples: Tom Cruise. Com seu carisma e sede de adrenalina o personagem de Tom volta com o seu “otimismo” inabalável e insolúvel complexo de herói; tal qual Aragorn de O Senhor dos Anéis.
Em seu sétimo filme Ethan Hunt é recrutado para encontrar uma chave que pode ser o trunfo para controlar ou destruir a Entidade, uma inteligência artificial com o poder de destruir qualquer coisa sem deixar qualquer vestígio. Quando Ethan descobre que praticamente todos os governos do mundo, incluindo o do seu próprio país, quer a chave para si com intuito de usar a IA em benefício próprio ele logo deixa claro que vai encontrá-la para destruí-la, já que acredita que tal qual o anel de Sauron, ninguém deve ter esse tamanho poder em mãos. Essa atitude, como esperado, faz com que Ethan e sua equipe formada por Luther Stickell (Ving Rhames); Benji Dunn (Simon Pegg) e Ilsa Faust (Rebecca Ferguson) se tornem inimigos procurados do governo norte americano.
A procura pela chave o levam até a famosa: Alanna Mitsopolis, ou pelo codinome como é conhecida A Viúva Branca (Vanessa Kirby), da também a misteriosa Grace (Hayley Atwell) e de um velho conhecido de Hunt de tempos anteriores a FMI Gabriel (Esai Morales conhecido por Criminal Minds: Beyond Borders e mais recentemente interpretar o vilão Deathstroke, Slade Wilson, na série Titans).
A fórmula constante da saga se repete também no sétimo filme, que segue com Christopher Mcquarrie e no roteiro, ele também foi o responsável por dirigir os últimos quatro filmes da franquia além de escrever o roteiro do sexto e do sétimo juntamente com Bruce Geller e Erik Jendresen.
Dead Reckoning - Part One referência diversos momentos dos filmes anteriores e mescla bem o tom de espionagem do primeiro filme com os elementos de ação que foi adquirindo.
O diferencial desse novo filme acaba por se mostrar na vulnerabilidade do personagem de Cruise, que vem sendo explorada com pequenos passos. Ele praticamente abandonou de vez a pose de “lobo solitário” e abriu seu coração ao admitir, de certa forma totalmente indireta, que precisa da ajuda de sua família (sua equipe). O que faz com que eles permaneçam ainda mais unidos e sintonizados, porém também os torna prováveis alvos como vimos em Nação Secreta (2015).
A química de Tom Cruise com todo o elenco continua inalterada, especialmente com a personagem de Rebecca Ferguson, que sempre teve um certo tom de algo muito mais que uma amizade/parceria. A química agora também se estende a Hayley Atwell que aparentemente não sentiu a pressão de entrar na franquia e demonstra estar muito confortável principalmente nas grandes sequências de ação em que participa.
Missão Impossível: Acerto de Contas - Parte 1 consegue fechar arcos e deixar espaço para sua continuação. Ele consegue englobar tudo que a saga tem de melhor e ainda trazer questões atuais que tem sido muito abordadas nos últimos meses.
Resta agora saber se a Parte 2 será a despedida de Ethan Hunt das telonas ou se Tom Cruise realizará seu desejo de continuar a franquia até seus 80 anos, tal qual Harrison Ford e seu Indiana Jones.
Distribuição: Paramount Pictures
Nota: 4,5/5
Estreia: 13/07