Você não pode dizer que gosta de vampiros sem nunca ter assistido 'The Lost Boys'

Essa foi a frase que eu escutei de um rapaz inglês que eu havia começado há conversar. De início, achei ele prepotente e bem 'cagador de regra' (com o perdão da palavra), mas, logo, ele se explicou dizendo "é simplesmente o melhor filme sobre vampiros de todos os tempos, eu nem gosto de vampiros em si, e, mesmo assim, amo esse filme".

Aquela frase me chamou ainda mais atenção, afinal, eu que me dizia quase uma 'especialista' nunca tinha nem ouvido falar sobre o tal filme, já aquele rapaz que nem de vampiros gostava, além de conhecer, era fanático por ele. Mas, o que será que essa produção poderia ter de tão diferente ao ponto de conquistar um telespectador que nem de longe era o seu público-alvo? 

Me desafiei a procurar o filme e assisti-lo, tal desafio foi até que bem fácil de executar, viu? Apesar de ser um longa de 1987 e não estar disponível em nenhum streaming, pelo Youtube Filmes (plataforma de aluguel e venda de filmes digital do youtube) você consegue alugá-lo por R$7,90

A premissa é simples, uma dupla de irmãos se muda para uma nova cidade com sua mãe, mais precisamente Santa Carla, na Califórnia. Chegando lá, o caçula chamado Sam faz amizade com Edgar e Alan e, assim, descobre que a cidade está tomada por vampiros.

 
Claro que de início, ele não acredita nessa história, afinal, vampiros não existem, não é mesmo? Mas, ao ver seu irmão voltar para casa bem diferente, depois de ter passado a noite com o grupo de rebeldes liderados por David - e que seriam os tais vampiros da cidade. Ele começa a desconfiar que tem sim algo de errado com eles.

O que conquista é sem dúvida a amarração do roteiro com boas doses de terror, humor e situações típicas da adolescência com uma trilha sonora impecável e elementos estéticos que trazem nostalgia e garantem visuais que são reproduzidos até hoje.

"The Lost Boys" mesmo após 36 anos de seu lançamento, continua no imaginário ao falarmos sobre produções vampiras, seja por conta da história ou da estética tão bem construída.

Os figurinos carregados de detalhes refletindo com maestria a personalidade de cada personagem, a escolha do elenco que colocou um grupo de jovens de beleza única e a maquiagem perfeita que os deixa completos monstros quando estão com as presas de fora e transformados em vampiro.

E claro, os looks de Star com uma pegada cigana. O filme se tornou um ícone da cultura pop tão grande que sempre é referenciado, por exemplo, em It - Capítulo 2, onde é possível ver um pôster do filme no clube dos otários.

As referências* não param por aí, ele também costuma aparecer em cenas com locadoras e cinemas, como em Máquina Mortífera, Mamãe é de Morte, Eu Sou a Lenda; no episódio “The Light at the End of the Tunnel”, de A Hora do Pesadelo: O Terror de Freddy Krueger, a menção de Mr. Orange em Cães de Aluguel, a camiseta que um dos vampiros utiliza em Blade: Trinity, e o nome dos irmãos Gecko, em Um Drink no Inferno.

Smallville, Frango Robô, Supernatural, One Tree Hill, Os Simpsons, The Big Bang Theory e, claro, What We Do In the Shadows, entre tantos outros, também já fizeram sua homenagem ao longa.

Na trilha sonora, temos Gerard McMann, que escreveu a icônica "Cry Little Sister" depois de ler o roteiro, e a música ficou tão boa que durante os anos seguintes ganhou uma série de revrações pela voz de outros artistas, por exemplo Marilyn Manson. Além disso, também temos Echo and The Bunnymen com uma versão da música "People Are Strange".

Apesar das suas duas sequências não fazerem jus ao original, Os Garotos Perdidos possui seu mérito e é um play indispensável para quem gosta das criaturas imortais.

*Esse trecho das refs foi retirado do site da editora darksidebooks :)