Filme de terror "‘Não abra!" entrega uma boa premissa, mas falha em assustar

O filme 'Não abra!’ está sendo bastante aguardado pelos fãs do gênero de terror por ser dos mesmos produtores de 'Corra!’, Raymond Mansfield e Sean McKittrick, aclamados pela crítica. Além disso, o longa chamou atenção por fugir dos clichês que estamos acostumados e abordar uma cultura diferente.

Nele, acompanhamos Samidha (Megan Suri), uma jovem indiana que vive com sua família nos Estados Unidos e tenta se encaixar com os jovens da escola, entrando em conflito com a sua cultura. 

Sam enfrenta e desfruta das questões vividas na adolescência, quando sua ex-melhor amiga, Tamira (Mohana Krishnan), que, agora, parece deprimida e sempre carrega consigo um recipiente estranho, pede ajuda e então as coisas começam a acontecer.

Em uma discussão, Sam quebra o recipiente que a ex-melhor amiga “protege” a todo custo, e sem saber, liberta uma terrível entidade que sequestra Tamira. A jovem, assustada, passa a procurar por sua amiga e buscar entender o que aconteceu. Para isso, ela precisa desvendar os mistérios de sua ancestralidade.

O filme de Bishal Dutta, apesar de ter uma premissa diferente do que estamos acostumados e explorar outra religião, além da católica, apresentando aos cinéfilos outro ponto de vista no gênero, falha ao usar elementos de terror que causam medo. 

Em determinados momentos, é possível sentir tensão, mas, mesmo, com tantas referências culturais que tornam o filme interessante e fogem do óbvio, as coisas demoraram a acontecer e quando finalmente acontecem, não surpreendem.

O longa aborda os temas propostos de forma rasa, e deixa passar oportunidades interessantes de se aprofundar no folclore hindu. No entanto, as atuações de Megan Suri e principalmente de Mohana Krishnan foram impecáveis. 

Apesar do filme não ser assustador, Mohana deu a sua personagem um desespero que transparecia a cada veia que saltava de seu corpo decorrente ao horror que estava vivendo. 

No final, 'Não Abra!' deixa a história aberta para uma possível continuação e esperamos que, caso haja uma possível sequência, possamos ver as atrizes darem um show de atuação, mas, dessa vez, com uma produção mais completa que dê ainda mais força para o enredo, que pode ser melhor explorado.