"Aquaman 2: O reino Perdido" encerra o DCEU com poucas inovações
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Redação Acidamente Sensível
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É fato que 2023 não foi o melhor ano para filmes de super-heróis, principalmente para a DC. E para terminar essa época pouco inspirada, chega nos cinemas “Aquaman 2: O Reino Perdido”, sequência direta de sucesso de 2019 que encerra o DCEU mostrando os vários motivos do fim desse universo compartilhado que infelizmente, mais errou do que acertou com seus heróis e heroínas.
É preciso dizer logo de cara que esse filme não é uma catástrofe e está longe de ser a pior coisa que esse universo nos proporcionou, mas, ele também, deixa escancarado que a DC precisava colocar um fim nessas histórias urgentemente. Seja pela falta de coordenação ou pelos próprios filmes entregarem menos do que prometeram, é fato que o público já não aguentava mais sequer pensar mais em qualquer personagem estabelecido no DCEU. E após o anúncio do reboot coordenado por James Gunn, os fãs sequer lembravam que a sequência do rei de Atlantis teria uma sequência para o fim do ano.
Entre as apostas e promessas feitas, o filme chega com pouquíssimas inovações para esse gênero de super-heróis. Como já havia dito, não é uma bomba ou algo semelhante, mas fica cada vez mais difícil achar méritos em filmes que não se propõe a realizar nada de novo. É apenas uma aventura que vimos centenas de milhares de vezes, portanto, é preciso assistir filmes como esse com uma boa vontade e se preparar para ver absolutamente nada de novo. O que pode impressionar e agradar são os efeitos especiais, que novamente, estão muito bem feitos e entregam o que as cenas se propõe a fazer.
Estava claro que esse filme era um ponto final em livro bagunçado e com páginas faltando, toda sua montagem, por mais que seja confusa, foi feita para que a história tivesse um começo, meio e final, sem pontas soltas ou qualquer possibilidade para outras histórias serem contadas. E pode ter certeza que a sensação que predomina é de alívio, principalmente por saber que a partir do comando de James Gunn esse universo cheio de heróis clássicos vão ganhar um norte para seguir.
Outro ponto positivo para se destacar é a direção de James Wan. Entre uma produção problemática envolvendo as polêmicas envolvendo Amber Heard que dá vida a Mera e uma montagem confusa, o diretor consegue divertir e empolgar, seja pelo jogo de câmeras ou até pela clareza na movimentação dos seus personagens. Falando sobre Amber, fica evidente que seu papel foi diminuído e cortado após as conturbadas brigas nos tribunais com seu ex-marido Johnny Depp, que se encerrou em 2022. Já Jason Momoa entrega o que para mim é a versão mais atualizada do Aquaman, com uma personalidade e figurino mais marcante, misturando o clássico com inovações. Apesar do roteiro não o favorecer tanto, ele entrega uma atuação carismática ao lado de Patrick Wilson, o queridinho de Wan que volta como Mestre do Oceano, tendo mais destaque e oportunidades maiores de performar. O que se pode considerar como o maior acerto do longa é fazer de Yahya Abdul-Mateen II o vilão principal do herói, deixando-o ameaçador e com cenas que vão fazer todo mundo respeitar mais esse personagem. Poderia até ser comentado sobre a pauta climática que o filme tenta trazer, que até poderia ter sido interessante, se não fosse totalmente esquecida e resolvida da maneira mais preguiçosa possível.
“Aquaman 2: O Reino Perdido” é o resultado de um universo mal planejado e problemático, mas que mesmo assim, ainda consegue ser um filme divertido. É inofensivo para todos os públicos, desde daqueles que amavam e nutriam esperanças nesse universo, até para os que odiavam desde “Homem de Aço” (2013). O último filme do DCEU é o ponto final que queríamos a tanto tempo, portanto, é preciso torcer para que a DC tenha aprendido com os próprios erros e que esses personagens recebam novas histórias que estejam à altura deles.
Nota: 2.5/5
Escrito por: Pedro Godoy