
Os Rejeitados: uma comédia dramática agradável para se sentir acompanhado
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Redação Acidamente Sensível
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Ao mergulhar em mais uma colaboração entre o diretor Alexander Payne e o ator Paul Giamatti, não se esperava encontrar um filme tão marcado pelo espírito natalino como esta comédia dramática. A estreia, que acontece nesta quinta-feira (11), bem no início do ano, deixa o público sem a experiência de assistir à trama na mesma época em que se desenrola. Apesar deste ponto, que envolve mais a pessoa que está assistindo do que o filme em si, contudo o longa constrói uma dinâmica envolvente entre os personagens, todos eles "rejeitados" de alguma forma.
Na trama, Giamatti interpreta o professor Paul Hunman, um educador exigente e frio responsável por lecionar história em um internato para meninos. Durante as férias de final de ano, ele é encarregado de cuidar dos alunos que foram deixados para trás por seus pais. Angus Tully (Dominic Sessa) é um desses jovens, que nas suas interações iniciais com o professor são marcadas por conflitos, mas ao longo do tempo, uma relação meio de pai e filho se desenvolve entre eles.
Entretanto, Paul e Angus não estão sozinhos nessa jornada. Mary Lamb (Da’Vine Joy Randolph), uma funcionária do colégio que recentemente perdeu o filho, forma uma conexão com eles durante esse período que poderia ser solitário, mas que, acidentalmente, os une.
Giamatti interpreta seu personagem na medida certa para ser irritante, com diálogos engraçados que, aliados à aura reclusa de Dominic, criam uma torcida para que esses personagens superem suas diferenças. A atuação de Joy Randolph, desempenhando o papel da chefe de cozinha que enfrenta uma perda tão terrível, é notável, merecendo destaque pelo qual lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante.
Embora o enredo não apresente reviravoltas, e, por sua vez, até sendo um pouco previsível, sua força reside no humor, carisma e boas atuações que fazem este filme ter seu encanto. O diretor opta por focar mais no desenvolvimento dos personagens do que em tramas mirabolantes, uma escolha acertada e a beleza da fotografia complementam a experiência. Acompanhar a construção da relação de pessoas que vivem em torno de suas dores, mas que conseguem se identificar um nos outros faz a assistida deste filme valer a pena.
Nota: 4/ 5
Escrito por: Vanessa Machado