Crônicas de um amor perfeito ♥
Escrito por
Djenifer Dias
Publicado em
Crônica Um
Tarde
de sexta feira eu não agüentava mais um minuto de serviço, arrumei minhas
coisas o mais rápido que pude e quando estava prestes a desligar meu computador
me chamaram no MSN. “Que ótimo” – pensei sem entusiasmo algum. Era uma amiga
distante que já havia ficado com o mesmo rapaz que eu – que ótimo ao quadrado! –
Digitei um “Olá” às pressas,
impaciente para ir embora. Ela me correspondeu com um convite, ela queria que
eu a acompanhasse ao Playcenter no sábado. Logo pensei “Não, definitivamente não” mas, depois ao
checar minha agenda vi que não tinha absolutamente nada mais interessante para
fazer então acabei aceitando.
No
outro dia saímos cedo para o parque e o dia estava lindo, céu azul e sol
brilhante. Em quanto Anne
se divertia nos brinquedos mais radicais possíveis eu ficava apenas pensando “como as pessoas podem colocar a própria
vida, tão em prova desse jeito?”
-
Venha Julie, esse nem é tão alto assim! – berrou Anne.
-
Não, eu estou bem aqui.
-
Tem certeza? Você não vai se divertir nada desse jeito.
-
Garanto pra você que estou me divertindo – disse tentando parecer animada.
Desde
sempre eu tive esse sentimento de precaução pra tudo. Não vou fazer isso posso
me acidentar, não vou comer isso posso adoecer não vou isso, não vou aquilo. O
que sempre me fazia pensar ser velha demais para a minha idade.
Enquanto
centenas de adolescentes riam e se divertiam, nos mais variados brinquedos eu
apenas orava pela vida de cada um e tentava me manter ilesa no meio da multidão
que passava correndo por mim.Fiquei a observar minha querida colega Anne, em
quanto ela se certificava de ter posto todo equipamento de segurança do
brinquedo chamado “Evolution”,
de repente quase sem querer comecei a observar o rapaz que se sentou ao lado
dela. Ele era moreno, tinha um belo par de olhos verdes e parece ter notado que
eu o olhava. Por puro reflexo acabei olhando para o chão e corando. Logo o
brinquedo começou a funcionar e o menino dos olhos verdes e minha amiga estavam
nas alturas. Sem conseguir entender o por que, não conseguia tirar os olhos do
menino que na altura em que estava não passava de um borrão branco que dançava
pelos ares. Logo o brinquedo parou, e meu olhar continuava fixo nele, quase
involuntariamente. Tinha algo naquele rapaz que me chamava a atenção, notando
meu olhar que não desviava dele o rapaz veio em minha direção. Abriu um sorriso
tímido que não foi correspondido por mim, eu estava completamente paralisada,
com vergonha e sem ação. O sorriso tímido do rapaz foi seguido por um riso
espontâneo que acabou me dando a confiança que eu precisava para retribuir. O
rapaz continuou me olhando e pude notar seus amigos o chamando ao longe, mas o
rapaz nem se importou. Ignorando completamente os amigos seguiu em minha direção.
De repente o belo moço estava parado em minha frente e já estava segurando uma
de minhas mãos. Eu permanecia congelada e travada, não conseguia dizer nem
pensar nada.
Eu
nunca fora muito boa com garotos, por isso só fiquei o observando.
-
Olá – disse o belo rapaz – Me chamo Rodrigo e você?
Tentando
me lembrar como se fala, murmurei um tímido “Julie”.
-
Então Julie, como que eu faço pra te dar um beijo?
Em
um gesto desesperado acabei rindo. O que serviu de resposta o suficiente para
Rodrigo me tomar em seus braços e me dar um longo beijo.
O
beijo de Rodrigo fora especial, parecia que eu o conhecia a anos e que éramos dois
grandes apaixonados, parecia que tínhamos uma ligação que eu nunca antes
poderia ter imaginado ter por alguém. Eu não conseguia parar de beijá-lo,
esqueci do mundo ao nosso redor e só me concentrei nos movimentos de nossos lábios.
De repente quebrando meu encanto Rodrigo parou.
-
Quem sabe a gente não se encontra por ai não é Julie? – disse me dando um
selinho – Um beijo de despedida?
Rodrigo
me puxou e novamente o encanto tinha voltado. Tentei guardar em minha memória o
máximo daquele momento, pois sabia que em um parque tão cheio como aquele eu
jamais o veria de novo. Sem vontade nenhuma me desvencilhei dos braços dele e
acenei um tímido tchau. Anne já tinha saído do brinquedo e me olhava incrédula.
-
Quem te viu, quem te vê hein Julie? Toda quietinha ai, só nos beijos – disse rindo.
-
Com ele foi diferente, foi especial. Parecia que eu conhecia antes de ter
realmente o conhecido entende?
-
Definitivamente não, vem vamos aproveitar o parque.
O
dia já estava no fim quando vi Rodrigo ao longe, rindo e brincando com seu
grupo de amigos.
-
Julie não é aquele menino que eu te vi aos beijos mais cedo?
-
É ele sim.
-
Você vai ir ficar com ele novamente?
-
Acho que não, dificilmente ele ainda se lembra de mim.
Para
a minha surpresa assim que Rodrigo me notou veio caminhando na minha direção,
por um impulso comecei a caminhar em direção a ele.
-
Olá – disse Rodrigo já me tomando em seus braços.
Mal
respondi um oi e já estava me deliciando com o beijo irresistível de Rodrigo. Novamente
o mundo parecia ter sumido e só existia nós dois, a minha fome pelo beijo de
Rodrigo só aumentava a cada segundo e eu não queria parar. Como se ouvisse meus
pensamentos a única coisa que Rodrigo fazia era me beijar mais e mais
intensamente e me fazendo ficar sem chão, sem vontade de fazer mais nada além
de beija-lo.
Fomos
interrompidos pelos gritinhos impacientes de minha amiga.
-
Julie eu quero ir em outros brinquedos.
Logo
quem protestou foram os amigos dele.
-
Vamos cara, depois você fica com ela.
Minha
vontade era de abraçá-lo e fazer ele ficar comigo pra sempre. Segurando-me para
não fazer isso disse:
-
É, acho melhor a gente ir andando.
-
Eu queria mesmo continuar com você.
-
Eu também.
De
repente ele gritou: - Encontro com vocês de pois.
E
os amigos dele foram embora.
-
Pronto, agora a gente vai ficar junto. – disse sorrindo, e quando finalmente ia
voltar a me beijar.
-
Julie, e eu? – disse minha amiga nervosa.
-
Vai nos brinquedos que você quer ir. Sem problemas, não fui em nenhum mesmo.
-
Esta bem, nos vemos na frente do guarda-volumes nove horas.
-
Ok!
Virei-me
para Rodrigo e antes que pudesse falar, ou fazer qualquer coisa ele já tinha
voltado a me beijar.Passei
a noite inteira com aquela estranho que era estranhamente conhecido por cada centímetro
de meu corpo sem eu nunca ao menos te-lo visto na vida antes daquele dia. Aproveitei
cada segundo com ele, mas logo chegou a hora de nos despedirmos. Trocamos
telefones e fizemos juras de que ainda íamos nos ver novamente.Depois
daquele dia, nunca mais vi Rodrigo. Mas, sua lembrança será pra sempre mantida
em meu coração. Rodrigo foi perfeito naquele dia e prefiro lembrar dele assim. Como
um sonho bom, que teve seu inicio e um lindo final.