
CRÍTICA | "O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas" ensina lição valiosa sobre a vida
Escrito por
Melissa Costa
Publicado em
O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas, tradução para The Map of Tiny Perfect Things, é a nova aposta de filme do streaming Amazon Prime. Lançado recentemente na plataforma, o romance gira em torno de Mark (Kyle Allen) e Margaret (Kathryn Newton, conhecida por Big Little Lies e Pokémon - Detetive Pikachu), que supostamente sem nenhuma razão, ficam presos em uma espécie de anomalia temporal, revivendo sempre o mesmo dia.
Enquanto Mark junta as peças dia após dia para descobrir uma forma de fazer o tempo voltar a ser linear, e de quebra conquistar a garota por quem se apaixonou; a enigmática Margaret vive o mesmo dia como se fosse um presente, e voltar ao normal é um dos seus últimos planos.
Em um certo ponto, o casal de protagonistas percebe que viver o mesmo dia pode ter suas vantagens: estar em lugares diferentes em um mesmo horário, saber o que acontece em cada canto da cidade, enxergar todos e tudo - principalmente as pequenas coisas. E é com a ideia, de que as coisas se perdem para sempre pela correria diária, que Mark e Margaret resolvem começar a procurar por todas as pequenas coisas perfeitas que ocorrem em um único dia, desde uma nuvem com um formato diferente no céu, o barulho dos pássaros cantando ou a inocência de crianças brincando na rua.
Quando terminei esse filme - baseado em um conto de mesmo nome de Lev Grossman, publicado no livro Aconteceu Naquele Verão: Doze Histórias de Amor (Editora Intrínseca) - me peguei pensando, quando teria sido a última vez em que dei valor a uma pequena coisa? Estamos sempre tão apressados, correndo para ser 'alguém' ou para ter algo, que deixamos passar despercebido tantas coisas perfeitas. Quantas vezes você já não se pegou desejando voltar no tempo e reviver um dia para poder aproveitá-lo melhor?
Assisti ao filme, dirigido por Ian Samuels - também responsável pelo filme "Sierra Burgess é uma Loser" - esperando apenas chorar por mais um filme de romance clichê, mas sai, com a lição valiosa de que é preciso viver, como se todo dia fosse nosso último dia. Com 1h30 de duração, o longa, reforça a frase que já escutei, somos ensinados de que só se vive uma vez, mas isso é uma grande mentira, todos os dias se vive, mas, só se morre uma vez.
E o mais interessante é que esse não é um filme de romance clichê, na verdade o romance apesar de orbitar pela história, não é seu tema central. A crise existencial de dois adolescentes, tentando lidar com seus problemas, em grande parte familiares - em literalmente um único dia - faz mais parte do conceito da produção. O que não necessariamente não faça ele um filme clichê.
Aliás este não é o primeiro, e também não será o último filme, que retrate essas lições e essa temática do todo dia o mesmo dia. Mas, é importante que tenhamos sempre mais obras que possam nos fazer refletir. Eu acho importante para um filme, que ele traga mais do que apenas um entretenimento momentâneo.
Nota Final: 4,5/5