
CRÍTICA | WandaVision: A série original Disney+ é de "explodir a mente" e abre nova fase na Marvel
No último dia 15 de janeiro, o mais recente canal de streaming, Disney+, fez sua primeira grande estreia, com uma das séries mais aguardadas de 2021: WandaVision. Ambientada no Universo Cinematográfico Marvel (MCU), a produção conta a história dos personagens Wanda, a Feiticeira Escarlate, (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany). Ambos apresentados ao público nos filmes da série Vingadores.
Atualmente em seu 5° episódio, a série com conteúdos novos todas as sextas-feiras, passou da metade de tudo aquilo que foi programado pelos produtores para ser lançado ao público ainda em sua primeira temporada. Com 9 episódios no total, a data para o fim da minissérie - que já 'dá o que falar' (e teorizar) - está programada para 9 de março.
E se no inicio, WandaVision parecia ser desconexo. Com o decorrer da história percebemos que não. De forma genial, em uma mistura de sitcoms (abreviação para situation comedy, que em tradução livre significa: comédia de situação) e a aventura do mundo real pós blip, WandaVision trás através da produtora Jac Schaeffer (que também participou da produção de Viúva Negra), diversos pontos que deixam os fãs de Marvel em um mood de "explodir a mente". E assim como tudo nesse universo, a série não dá nenhum 'ponto sem nó'.
Entretanto, por mais que tudo se conecte de alguma forma, o intuito desse texto não é falar sobre as milhares de teorias que já surgiram, e sim, comentar sobre a série como um todo - fotografia, atuação, história, etc.
Já velhos conhecidos, sabemos da atuação impecável que Olsen e Paul entregam como os heróis da MCU. No entanto, o que a minissérie propõe não vai totalmente de encontro com os filmes de Vingadores. WandaVision pede um lado cômico que ainda não tínhamos visto ser explorado em ambos - diferente de outros personagens/atores, como, por exemplo: Tony Stark (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth) e Peter Park (Tom Holland). E em sua 'prova de fogo', o casal de protagonistas, dá mais um show. Além de conseguirem entregar esse lado engraçado, fazem isso em mega estilo de décadas passadas.
E por mais que outras produções da Marvel tenham explorado o conteúdo engraçado, a série de Schaeffer tinha um desafio ainda maior. WandaVision já nasceu com o propósito de ser engraçado, enquanto os outros filmes entregavam isso como um plus. Resumidamente se você se prontifica a oferecer algo que diverte, você precisa entregar isso, caso o contrário gera frustação. Porém, a minissérie consegue entregar o que promete e de forma primorosa.
Outra coisa em relação a atuação que acredito ser um ponto alto na série é Paul Bettany possuir um número maior de cenas como ele próprio. Por baixo de toda a maquiagem e efeitos do rosto de sintezóide do Visão, existe um ator que trabalha muito bem com as expressões.
Passando para o quesito de fotografia da produção, é impossível não dar outra nota alta. A série passa por - pelo menos - três diferentes situações de fotografia. Em um primeiro momento, a produção investe no preto e branco (b&w), como uma forma de referenciar a década onde a sitcom se passa. Esse efeito nos dá a real sensação de estar assistindo a uma série dos anos 70. O formato de tela também foi um ponto que ajudou. Sem utilizar todo o espaço disponível, os primeiros dois episódios de WandaVision é mais 'quadrado', como se fosse um televisãozinha retrô.
Quando WandaVision toma cor, somos apresentados a uma segunda situação de fotografia. Por ainda se tratar de uma sitcom - e de uma vida perfeita criada por Wanda - a imagem continua em uma pegada mais televisiva, como se ainda estivéssemos assistindo uma tv dentro da tv. As cores possuem um tom mais alaranjado e tem menos intensidade. A escolha de palheta vintage ainda é referência a década onde a série se passa.
O terceiro cenário que nos é apresentado na produção é o mundo real. Nesse contexto fora da sitcom, vemos cores mais vívidas e de outros tons. A imagem é limpa. Entretanto, a maioria das cenas são mais puxadas para os tons de azul, e grande parte desses cenários são escuros - representando o caos em que estão vivendo.
E apesar de tudo nessa série ser impecável, o figurino é um dos pontos mais incríveis. Toda a proposta de figurino foi muito bem estudada. A série entrega roupas e cabelos da época de forma zelosa. Não há erros. É também o figurino, responsável por maior parte da estrutura da sitcom.
Para finalizar esse post, partimos para o último, porém não menos importante ponto, a história. Todos os acontecimentos de WandaVision se passa pós blip - momento como ficou conhecido o estalar de dedos de Stark, que traz de volta todos aqueles que haviam sido apagados da existência por Thanos. Cheio de referências e trazendo de volta personagens que já nos são conhecidos de outros filmes como Thor e O Homem Formiga, a série dá inicio a nova fase da Marvel. Seguindo as mais famosas teorias, a produção do Disney+ irá encadear no multiverso e trazer para as produções de cinema do MCU personagens como os X-Man e Deadpool.
Todos os pontos da série de WandaVision foram amarrados de uma forma incrível. O que você acredita não ter sentido depois é explicado, se encaixa e faz seu queixo cair. Essa série foi uma aposta certeira da Marvel e da Disney para iniciar o legado de séries no streaming. Ansiosa para saber o que mais vem por ai.
Nota: 5/5