Já assistimos o novo "O Esquadrão Suicida" e garantimos: superou nossas expectativas!
Escrito por
Djenifer Dias
Publicado em
Warner / Reprodução |
Apresentado como uma mistura de sequência e reboot, o novo filme traz uma perspectiva insana, caótica e única de James Gunn.
Por Pedro Godoy
Antes do anúncio do novo filme, quando lembramos de O Esquadrão Suicida (2016), víamos um filme genérico e sem personalidade, que por mais que tentasse agradar todos os públicos, no final, acabou gerando uma insatisfação generalizada pelo seus personagens fracos e com zero carisma (com exceção da Arlequina, interpretada por Margot Robbie). Com isso, ficou claro que o efeito surpresa de grupos desconhecidos que fazem um filme ser bom não é para qualquer diretor, na verdade, para essa missão suicida de dar mais uma chance a esses vilões que ninguém conhecia, somente um diretor conseguiria tornar esse longa em um dos, se não o, melhor filme da DC nos últimos dez anos. Mas quem seria ele? O mesmo que fez com que Os Guardiões da Galáxia se tornassem um fenômeno, e ele é James Gunn.
Mesmo após o anúncio que o grupo de vilões estaria nas mãos de Gunn, muitas pessoas torceram o nariz com o que poderia se suceder na sequência do tão odiado primeiro filme. Mas, de acordo com os materiais de divulgação foram saindo, a insegurança estava cada vez menor, e por outro lado, o hype só aumentava cada dia mais. O principal fator com que esse longa se tornasse cada vez mais aguardado é que, diferente do seu antecessor dirigido por David Ayer, James Gunn teve o controle total da história e direção do filme, escolhendo a dedo cada personagem com que iria trabalhar. E com certeza, esse é um dos maiores trunfos da obra.
Nos primeiros vinte minutos do filme, já fica claro que esse novo longa se passa no mesmo universo do seu antecessor, mas, fazendo uma apresentação de conflitos muito mais elaborada e divertida, tendo até a participação de John Ostrander, o criador do Esquadrão Suicida nos quadrinhos. Falando sobre HQ´s, o diretor não teve medo nenhum em usar as estéticas dessa mídia na história, seja representando os poderes da forma mais clara e absurda possível, ou pela caracterização fiel dos trajes que os vilões usam ao decorrer da história. As cenas iniciais são perfeitas para quem já ou não assistiu o longa anterior, conseguindo apresentar novamente personagens como Amanda Waller (Viola Davis), Rick Flag (Joel Kinnaman), Arlequina e Capitão Bumerangue (Jai Courtney). E assim, com a mistura de personagens já apresentados e com os novos, o filme começa a contar sua história e suas missões suicidas.
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Um dos grandes fatores com que esse filme seja perfeito no que ele se propõe, é seus personagens. Seja pelo carisma dos atores, cada um deles tem suas nuances e bizarrices próprias, portanto, é com a interação entre eles que a história ganha força, tanto pela comédia absurda ou pela violência caótica causada entre eles. Eles te surpreendem de maneiras diferentes, seja pelo senso de paz maluco do Pacificador (John Cena) ou pela liderança caótica do Sanguinário (Idris Elba). O destaque vai para os personagens Pacificador, Tubarão Rei (Sylvester Stallone) e Caça-Ratos 2 (Daniela Melchior), que de acordo com o decorrer da história, te surpreendem cada vez mais com seus traços de personalidade única, dando mais ênfase para a vilã, que muitas vezes, se destacou como um norte para o grupo. Falar bem da atuação de Idris Elba, Viola Davis e Margot Robbie já virou rotina, sem nenhuma surpresa, os três brilham em seus papéis.
A história não é nada inovadora, mas, apesar da simplicidade, ela se torna grandiosa e caótica pela perspectiva de James Gunn, que a transforma em uma espécie de filme de guerra dos anos 80, deixando a sensação que esse filme já nasceu clássico. Por mais que seja uma espécie de reboot, o filme leva em conta toda a jornada de Arlequina em seus filmes anteriores, mostrando que sua personalidade maluca e incrível continua a mesma que vimos em Aves de Rapina. Com uma história sem muitas novidades, o argumento de que os personagens fazem o filme só ganha mais força, desenvolvendo o relacionamento de cada um deles sem nenhum absurdo como o seu antecessor, que tornava vilões em famílias de um dia. Já que estamos falando sobre personagens, não podemos deixar de citar a performance incrível de Peter Capaldi como O Pensador, que te cativa e assusta ao mesmo tempo. O antagonista do filme não poderia ser outro, qual seria um vilão que seria tão bizarro quanto esse grupo? Somente James Gunn teria a coragem de colocar Starro, uma estrela do mar alienígena, e sem entrar em zonas de spoiler, ela é perfeitamente encaixada com o tom da história.
Recheado de boas vindas e despedidas, O Esquadrão Suicida (2021), conclui sua missão com perfeição, conseguindo surpreender a todos do começo ao fim, fazendo com que a emoção e desespero andem de mãos dadas ao decorrer de toda narrativa. Com expectativas bem abaixo, o longa consegue ser divertido e caótico sobre o olhar maluco e único de James, que faz você esquecer facilmente do seu antecessor. Cheio de personalidade, seja pela trilha sonora espetacular que o diretor consegue implementar em seus filmes ou por tudo que foi dito aqui sobre o filme, O Esquadrão Suicida se torna um marco na história da DC, mostrando que boas histórias com personagens ridículos e desconhecidos podem ser feitas, contanto que sejam bem dirigidas e escritas. A missão suicida de James Gunn foi um sucesso, agora é esperar para que venham novas missões no comando desse incrível diretor.
Nota: 4,5/5
Estreia: 5 de agosto de 2021.
*Crítica escrita pelo colaborador: Pedro Henrique A. Godoy, podcaster do Nerd Box.