Crítica | "Eternos" inicia nova era da Marvel, mas nem sempre o diferente agrada
Sendo um dos pilares da quarta geração da Marvel, Eternos chega aos cinemas nesta quinta-feira (04/11) com muitos personagens novos e uma bagagem de críticas nada positivas por parte da mídia e até de alguns fãs que já conferiram o filme.
Apresentando um contexto ainda não visto no universo cinematográfico da Marvel, Eternos conta a história de um grupo de super-heróis originários dos primeiros seres que habitaram a Terra. Esses seres quase divinos possuem alterações genéticas geradas pelos Celestiais - deuses especiais - e isso os permite terem características como imortalidade, o poder da cura, manipulação de energia cósmica e muitas outras. Sua grande missão é proteger a humanidade dos Deviantes, criaturas aterrorizantes e destruidoras.
Por estarem há muito tempo na Terra, os super-heróis conviveram com diferenças civilizações e esse é um dos pontos mais interessantes do filme. A cronologia dos fatos traz consigo um vasto conhecimento de História, além das tensas e emocionantes cenas de ação. Diferentemente dos outros filmes da Marvel, em Eternos o público reconhece lugares e momentos que os super-heróis estão em batalha por meio do que aprendem na escola. A mistura de ficção com a realidade traz um envolvimento maior dos espectadores com tudo que está acontecendo com aqueles personagens.
Se tivéssemos que definir Eternos em uma palavra, diversidade seria a resposta certa. Apesar de não ser de hoje que a Marvel vem alterando algumas coisas que eram tão fixas antes, é nesse novo filme que fica escancarado para o público as mudanças. Com um elenco formado por pessoas de cores de pele, orientação sexual e nacionalidades diferentes, o longa-metragem foge do padrão do homem branco cis-hétero sendo o único no protagonismo e entrega momentos inéditos para o universo dos super-heróis. A presença da linguagem de sinais por conta de uma personagem deficiente, a primeira cena de sexo dos filmes da empresa e finalmente um beijo gay somam à lista de pontos interessantes do enredo.
Sobre a atuação, não há muito o que apontar de críticas. Grandes nomes, como Angelina Jolie e Kit Haringon, continuam brilhando como de costume no filme, mas não ofuscam atores menos conhecidos, que agora deixaram sua marca no cinema. Algo que está sendo um alvo negativo do público é a qualidade da comédia presente em Eternos, que se baseia muito na tecnologia atual e algumas pessoas podem achar até um humor forçado e atípico da Marvel. Porém, não deve-se confundir questões de roteiro com o talento dos profissionais do projeto.
Um ponto negativo do longa-metragem é que, logo de início, o público é apresentado aos super-heróis por meio de um texto. Apesar de ser narrado, o formato de introdução pega de surpresa aqueles que ainda estão entrando no contexto e que não têm menor ideia do que se trata o filme. Então, assim que começar, preste a atenção para não perder nenhum detalhe da ambientação, hein? Já para o final, nada de sair mais cedo porque Eternos tem duas cenas pós-créditos que merecem a sua euforia - principalmente a primeira...
Com um roteiro que varia de comédia à ação e uma parte visual impecável, é difícil entender o por quê Eternos vem recebendo críticas tão negativas do público estrangeiro. O filme segue os moldes de uma produção da Marvel, mas envolve o público não por suas grandes lutas heroicas, mas sim pelo seu caráter humano ainda não visto de tal maneira em outras histórias. Talvez o diferente proposto não agrade todos, mas isso não é sinônimo de que é ruim. Então, é possível dizer que esse é um daqueles filmes relativos e que cada espectador terá uma experiência distinta ao assistir.
Nota: 4/5
Distribuição: Marvel
Estreia: 04/11/2021