'Besouro Azul', o filme de super-herói com Bruna Marquezine, abraça a cultura latina e diverte

Sincero, engraçado e despretensioso, Besouro Azul é uma grata surpresa para aqueles que buscam uma boa diversão nos cinemas.

Será que é possível imaginar um cenário onde filmes de super-heróis não estejam saturados? Tendo em vista a grande, e, muitas vezes, rápida produção de filmes desse gênero, em que histórias originais são cada vez mais difíceis de acontecerem. Muitas vezes, o sentimento que fica é que estamos assistindo apenas mais um produto genérico no meio de muitos outros que já consumimos. Mas, se existisse um filme que abraça o clichê, sem pretensões gigantescas ou multiversais, focando em apenas te divertir, será que funcionaria? A resposta é sim! E Besouro Azul é a prova disso.

Em nenhum momento a produção mente para o telespectador, ela mantem seu objetivo de forma honesta. Xolo Maridueña dá vida a Jaime Reyes, um adolescente que ganha superpoderes após um escaravelho alienígena se fundir a ele e lhe conceder habilidades únicas. Xolo ao lado de George Lopes (Rudy Reyes) e Bruna Marquezine (Jenny Kord) são as estrelas do filme. Todos têm seus momentos engraçados, tensos, divertidos e emocionantes, principalmente Xolo, que torço muito para aparecer em futuras produções, pois aqui ele entregou o que podemos dizer um Jaime Reyes perfeito, parecendo que foi tirado diretamente dos quadrinhos. E claro, temos que destacar a estreia de Bruna em produções Hollywoodianas! Ela é um orgulho nacional, mostrando seu poder de atuação com uma fluência da língua inglesa invejável, e trazendo uma personagem autêntica e carismática. Torcemos para que esse seja só o começo da sua carreira internacional.

Tendo em vista as últimas produções da DC, ficava fácil se questionar sobre a possibilidade de um projeto tão divertido e excêntrico sair dos seus estúdios, mas pode acreditar! Desta vez, a história é outra. O filme, dirigido por Angel Manuel Solo, é o tempero que faltava na receita dos filmes de super-heróis, apostando principalmente, em uma representatividade que ainda não existia ou se já apareceu, era totalmente estereotipada e feita sem nenhum carinho. 

Claramente, o diretor não se preocupou que o filme tivesse vilões marcantes ou até um filme na questão técnica inovadora, mas, sim, em mostrar que seu título trouxe uma coisa que faltava nas produções anteriores da DC: coração.

Ele abraça com força a cultura latina, desde suas referências até a forma de retratar a família de Jaime, com crenças e personalidades características dessa cultura. É possível ver o carinho e amor que cada um que está presente na produção fez questão de colocar na obra. E isso, na nossa opinião, é o bastante para tornar Besouro Azul um dos maiores acertos da DC dos últimos anos.

Apesar dos pontos positivos, o longa não é de todo perfeito,  é preciso destacar o quão genérico são os vilões do filme, que possuem motivações fracas. Ele beira a infantilidade de forma nada natural, carecendo de ritmo e sincronia de um momento para o outro. 

Não me entendam errado, me diverti com o filme os erros dele não atrapalham o entretenimento, mas servem como ponto de atenção para uma possível sequência - que esperamos que aconteça.  

Por isso, saímos da sessão com um saldo positivo! Ainda mais por vivermos em mundo em que filmes de super-heróis estão pra lá de saturados. Os atores estavam extremamente conectados e com uma química perfeita em cena. Aqui em Besouro Azul, a base familiar é o norte do filme, sempre incluindo esse aspecto em todo mundo de sua história, o que o deixa original mesmo em um nicho tão ocupado. 

Besouro Azul mostrou uma carência em filmes de heróis que nem sabíamos que existia, e que por mais que possua seus erros, ficamos no aguardo por mais aventuras de Jaime Reyes e sua família incrível.

OBS: o filme conta com DUAS cenas pós-creditos!!

Estreia: 17/08/2023

Nota: 3,5/5

Escrito por: Pedro Godoy