"Wicked": A primeira parte entrega tudo o que prometeu – e mais!
Adaptar um musical de palco para as telonas do cinema não é uma tarefa nem um pouco fácil, quando o musical em questão é um dos mais amados pelos fãs da Broadway e do teatro musical a dificuldade aumenta ainda mais.
A produção da adaptação de Wicked começou a ser “concebida” em 2012 e desde então passou por diversas coisas. Desde saída de diretor à atrasos, a universal chegou a até adiar sua estreia e colocar a versão cinematográfica de Cats (2019) para estrear na data prevista para ele. Felizmente depois de muitos percalços Jon M. Chu, responsável por Em um Bairro de Nova York (2021) e Podres de Ricos (2018), foi contratado para dirigir o longa.
Wicked narra a história não contada das bruxas de Oz: Galinda Upland, a bruxa boa (interpretada por Ariana Grande-Butera) & Elphaba Thropp, a bruxa má do Oeste (interpretada por Cynthia Erivo) antes de todos os acontecimentos apresentados em O Mágico de Oz. Ambas se conhecem no colégio onde criam uma antipatia instantânea uma pela outra, tudo piora ainda mais quando as duas são obrigadas a dividirem o quarto. Entre farpas trocadas, Elphaba & Glinda vão convivendo minimamente até que a chegada do príncipe Fiyero Tigelaar (Jonathan Bailey) causa um alvoroço no colégio. Esse 1º filme nos relata a história das duas bruxas, de como sua amizade é formada, tal qual o “triângulo amoroso”.
O roteiro transforma todo o 1º ato do musical em 2 horas e 41 minutos de filme sem deixar nada maçante. Expandindo algumas coisas que mereciam ser exploradas, mudando algumas pequenas coisas, mas nada que incomode.
A direção de arte e cenários repletos de efeitos práticos, como as mais de 9 milhões de tulipas plantadas para criar a atmosfera mais imersiva, o deixam ainda mais deslumbrante. A combinação de tudo isso com os figurinos, trazem à mente a nostalgia do filme de 1939.
Os animais em CGI passam a ilusão de realidade, com exceção do filhote de leão todos convencem. Ariana Grande-Butera, a provável escalação mais “controversa” do elenco mostrou que não só é muito digna do papel de Glinda, como também o toma para si de uma maneira completamente única.
Cynthia Erivo adiciona uma sensibilidade tão necessária e vital a Elphaba, como só ela seria capaz de transmitir. Ao mesmo tempo, ela também passa uma resiliência, confiança e experiência que talvez surpreenda quem desconhece sua carreira no teatro musical. Jonathan Bailey exala todo o charme e malandragem que Fiyero precisa, arrancando suspiros dentro e fora de tela. Seu Príncipe destila química com Erivo e Grande, além de trazer uma certa leveza ao longa. Michelle Yeoh surpreende um pouco ao soltar a voz e capta perfeitamente a enigmática persona de Madame Morrible. Já Jeff Goldblum faz um bom trabalho, mesmo não transmitindo completamente o “charme” charlatanesco do mágico.
Wicked - Parte 1 é uma grande homenagem ao icônico musical. É uma grande celebração de toda magnitude do que ele é e do que ele representa.
Não é preciso ser muito fã de musicais para sair da sala de cinema com a plena certeza de que você acabou de sair de algo totalmente esplêndido.
Estreia: 21/11/2024
Nota: 5/5
Distribuição: Universal Pictures