
Assistimos ao live-action de Branca de Neve com Rachel Zegler e...
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Redação Acidamente Sensível
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O longa conta a história de Branca de Neve, uma jovem que perdeu os pais - rei e rainha - quando criança, sendo criada pela madrasta má, fissurada por aparências e beleza… todo mundo conhece a história, né?
Confesso que não entrei com nenhuma expectativa na sala de cinema. Por gostar tanto do desenho original - e saber da dificuldade que as grandes produtoras enfrentam em remakes - deixei a produção me levar sem muito julgamento. A experiência foi leve, a adaptação é fácil de assistir e arranca risadas do público ao longo de 1h49m.
A ambientação e a trilha sonora fazem uma imersão e nos deixam dentro do universo da princesa. Poder cantar músicas da animação original foi gostoso e trouxe uma nostalgia divertida para quem acompanha a Disney há algum tempo.
Curiosamente, ao contrário do que muitos esperavam, os efeitos visuais não são o ponto fraco do filme. Inicialmente, a produção optou por contratar atores com nanismo para interpretarem os famosos Sete Anões. Após algumas críticas do ator Peter Dinklage (Game of Thrones) em 2022, o diretor voltou atrás e decidiu recriar os papeis através de computação gráfica.
Toda a polêmica por trás das escalações gerou uma certa desconfiança sobre como os personagens seriam representados. Contudo, a direção de Marc Webb (500 Dias Com Ela) soube ambientalizar bem as animações com os atores reais. Sentimos empatia com os anões, que conversam graciosamente com a cena e são um dos pilares para a construção da protagonista.
Inclusive, o CGI dos animaizinhos convenceram muito mais que Rachel Zegler (Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes). A atriz soube se sair bem na interação com as animações. Entretanto, parece só conseguir demonstrar emoções enquanto canta - lindamente, por sinal. A interpretação dela ficou completamente morna durante o longa. Qualquer sentimento mais elaborado colaborou com o estranhamento do público.
No entanto, Rachel merece um Oscar comparado com o desempenho fraquíssimo de Gal Gadot (Mulher Maravilha). Eu pensei muito em como descrever o que foi a tentativa de interpretação de vilã da atriz, mas não há palavras. A madrasta má de Gal é equivalente ao que eu fazia em frente ao espelho com 10 anos de idade. Ela não convence nos diálogos, na postura corporal, no tom de voz e, muito menos, nas canções. Parece que não haver esforço para tentar induzir o público que ali há uma personagem. A todo momento assistimos Gal Gadot brincando de vilã.
Vale destacar a maquiagem horrorosa em Gadot como bruxa velha. Juro que, durante a sessão, ouvi risadas quando foi revelada pela primeira vez.
Um dos pontos altos do filme é Andrew Burnap (WeCrashed), como o “príncipe” Jonathan. Eu ansiava pelas aparições do personagem, e ele foi, de longe, quem melhor captou a essência do roteiro. O ator conseguiu criar uma química fofa com Rachel, gerando até mesmo uma antecipação no público pelas próximas cenas.
De fato, estamos cansados de live-actions de animações clássicas... Ou sou só eu? Branca de Neve mostra que talvez seja a hora de contarmos novas histórias no cinema.
Escrito por: Estela Marconi